UM POUCO DE HISTÓRIA
Conforme tese de Elisiana Renata Probst – “A evolução da mulher no mercado de trabalho” - Instituto Catarinense de Pós-Graduação – ICPG
A evolução da mulher no mercado de trabalho teve alguns arremedos históricos, que não passaram de demandas estruturais que o contexto socioeconômico lhes impunha. Porém, assim que as crises baixavam elas eram desconvidadas e tudo voltava ao normal, ou seja, o marido reassumia seu papel de provedor total e a mulher o de mãe e a zelar pelas prendas domésticas (a menos que esse marido tivesse alguma mutilação que lhes impedisse de cumprir esse papel imposto pela sociedade). Foi assim durante a primeira e a segunda guerra mundiais quando as mulheres passavam a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho porque os homens estavam nos fronts de batalha.
Mesmo nessas condições algumas conseguiram superar o pré-conceito do papel de ser apenas esposa, mãe e dona do lar, e a partir da década de 60, com o advento da pílula anticoncepcional que as liberara da gravidez indesejada puderam fazer a “escolha” entre a maternidade e a “carreira profissional” que desejavam ter.
Mas nos anos 70 é que as mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho.
Finalmente, nos dias de hoje as mulheres já ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, são CEO de grandes empresas e assumem funções antes exclusivas do mundo masculino. Segundo o Censo de 1991, das 10,1 milhões de vagas de trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase sete milhões acabaram preenchidas por mulheres. Pesquisas revelam que quase 30% delas mostram em seus currículos mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos profissionais masculinos.
Na empresa do conhecimento, a mulher terá cada vez mais importância estratégica, pois trabalha naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais. A sensibilidade feminina, por exemplo, permite a constituição de equipes de trabalho marcadas pela diferença e pela heterogeneidade. A neurologia explica que embora tenhamos uma mente, temos praticamente dois cérebros.
Como se explica isso?
O cérebro humano é composto de dois hemisférios, o direito e o esquerdo. Enquanto o lado direito dá conta de funções ligadas à arte, intuição, sensibilidade, criatividade, abstração etc. o lado esquerdo ocupa-se da lógica, da matemática, do julgamento e da exatidão. As culturas ocidentais vem mantendo o paradigma de reforçar nos homens o desenvolvimento intensivo do lado esquerdo, e para as mulheres o desenvolvimento do lado direito, outras culturas o fazem de forma mais integrada.
É clássica a máxima proferida por pais e mães “homem não chora” e ouvida e adotada pela multidão de meninos “mutilados” emocionalmente. Mas muitas meninas também acabavam tendo enormes barreiras para desenvolver suas habilidades destinadas culturalmente aos meninos.
Quando pesquisadores identificam nas mulheres maior habilidade no trato interpessoal, a capacidade de realizar mais de uma tarefa concomitantemente, não é à toa, a ciência já explicava isso antes.
Alguns homens tiveram a “sorte” de nascer em lares onde a arte estava presente, como a música, a pintura a literatura, etc. Essa condição deu aos meninos o espaço de desenvolvimento da criatividade e outras habilidades esperadas para as meninas, e assim conseguem uma performance semelhante à da mulher. Mas é inegável que elas se encontram muito mais preparadas para as funções gerenciais que demandam tais habilidades. Por outro lado, muitas meninas tiveram a “permissão” de desenvolver habilidades matemática, lógica, exatidão etc.
Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade, assim como os homens, ela aglutina as tarefas tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
CENÁRIO ATUAL
O Mercado de Trabalho já entendeu isso e tem dado oportunidades para as mulheres que concorrem nos processos seletivos, mesmo em funções tidas como “masculinas”.
As organizações só ganham com isso, pois estão integralizando seus quadros com profissionais capazes de superar determinadas dificuldades no campo psicológico, que as mulheres fazem com mais eficácia.
Entendemos a competência do profissional como uma grande árvore que é alimentada por duas raízes principais, a raiz das competências técnicas e a raiz das competências interpessoais. Se imaginarmos aquele quadro cultural que nossa cultura vinha formando até muito pouco tempo um estudo das raízes dessas árvores mostrariam milhares de árvores “aleijadas” com uma raiz muito grande e profunda e a outra curta e rasa.
As ciências humanas atualmente convergem na crença do desenvolvimento integral do ser humano.(Pedagogia, Psicologia, Sociologia, Antropologia, Filosofia etc.), e estão certamente fundamentadas nas ciências médicas como a Neurologia que, como vimos, tem clareza sobre a importância do cérebro integralmente desenvolvido.
Como vivemos hoje num mundo globalizado temos tido acesso a dados culturais e científicos de outras áreas do planeta, e assim, vamos avançando nos valores humanos, e no modo de educar as crianças muito mais para a noção de cidadania do que a noção de ser homem ou mulher. Isso, cada um tem sua natureza a determinar a orientação a seguir.
O MERCADO DE TRABALHO
Em nossa experiência na realização de processos seletivos para as vagas de trainee ou estagiário para diversas empresas temos notado cada vez mais a participação de moças que não raramente são as preferidas e contratadas para essas vagas.
A Maiêutica Socrática, afirma que ”todo o conhecimento é latente na mente humana, podendo ser estimulado por meio de respostas a perguntas feitas de modo perspicaz.”.
A PNL, Programação Neuro-linguística, metodologia de desenvolvimento humano Integral vem contribuindo com diversas técnicas que ajudam as pessoas a buscar interiormente os próprios recursos para evoluir em habilidades que se encontram deficientes.
Assim, a PNL associada a esse princípio socrático nos traz uma grande esperança de que podemos contornar esse quadro, ajudando as pessoas que tiveram seu desenvolvimento bloqueado por princípios culturais e possam atualizar suas habilidades gerais, livres de quaisquer preconceitos e normas estabelecidas a priori por culturas equivocadas e limitadoras.
Meninos e meninas vocês podem e devem atentar-se a isso e sempre verificar se estão sendo comandados por princípios e paradigmas arcaicos -“aprendi assim”- e investir em seu crescimento integral e integrador dos dois tipos de função, para tornar-se uma pessoal mais preparada para as diversas funções a desempenhar em seu trabalho, sejam de natureza técnica ou humana
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